O Projeto de Extensão aconteceu no Polo de
Itapetininga e foi apresentado no saguão de entrada da unidade, por ser um
local com grande fluxo de pessoas. Convidamos os estudantes de outros cursos a
participarem.
Foi feita
uma caixa, denominada “Caixa de Pandora” (mitologia), decorada com frases como:
“Amorteinspira”, “Amorteleva”, dando dupla relação, com a morte e o amor. Essa
caixa ficava cobrindo o notebook, onde iria ser visualizado um vídeo. A pessoa
abria a”Caixa de Pandora” liberando os males do mundo, fazendo um
paralelo com a mitologia.
Foi produzido
um vídeo com cenas de grande impacto, como o ataque às torres gêmeas dos EUA,
tsunamis, fome na África. guerras...cenas que remetem a sentimentos negativos.
Depois as cenas se modificam, mostrando crianças felizes, brincando, fazendo
alusão a esperança, a dias melhores, a sentimentos positivos.
Após
assistirem o vídeo, o público se expressou desenhando e/ou escrevendo no papel
sobre o que sentiram assistindo ao vídeo. Foi disponibilizado material para
fazerem as referências, como papel, lápis, caneta, tinta e pincel.
Participaram da idealização, produção e execução do projeto os alunos
Isabel, Gilberto, Lucélia, Rosane e Roseli.
Para
fazer esta atividade assisti a novela das 18hs da Rede Globo, “Lado a Lado”. A
novela se passa no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro e mostra as
mudanças que ocorrem no Brasil com o final da escravidão. Tem a
classificação livre e é destinada para todo o público.
São duas protagonistas de classes
diferentes, uma pobre, mulata, que assumiu uma gravidez sendo solteira, outra
de família rica, que não tolerando o contato do marido com a mãe da filha
bastarda dele, decide se divorciar, mesmo o amando muito. Quebram barreiras discriminatórias
em relação as mulheres daquele tempo e assumem as conseqüências, mesmo não
sendo fácil. Exemplificam as mudanças que começam a ocorrer no papel que a
mulher representa na sociedade. Do encontro dessas duas personagens nasce uma
grande amizade.
A novela mostra aspectos históricos, como
o final da escravidão, aspectos sociais, como a formação das favelas, aspectos
culturais como a capoeira e a propagação do samba, que nasceu nos quintais das
favelas do Rio de Janeiro.
Como a época retratada na novela é a
época em que os negros tentam se inteirar e se firmar na sociedade, vemos a
dificuldade e o preconceito em relação a essa classe. Uma questão interessante
mostrada no início da novela foi a destruição de um cortiço onde moravam os
negros e eles tiveram que ir para os morros montar barracos para morar,
iniciando assim as favelas.
Naquela época a vestimenta era bem
recatada para as mulheres, vestidos rendados e bem fechadas, usavam chapéus e
luvas. Os homens também se vestiam no padrão casaca, gravata, chapéu. Na
chegada de uma dançarina francesa ao Rio de Janeiro, vê-se a reprovação da
sociedade por seu jeito de se vestir, por beber com os homens, por fumar,
enfim, por seu jeito liberal a que não estavam acostumados, quebrando padrões.
Na novela vai haver uma passagem de tempo
de seis anos marcando transformações nas personagens, mostrando também o
progresso histórico e social que houve.
Essa novela nos traz questões históricas
e curiosas e pode nos fazer repensar valores, analisar preconceitos, refletir
ações, mais precisamente no que tange o papel da mulher e do negro na sociedade.
O
filme conta a vida de Truman que é transformada em reality show, desde o seu
nascimento, 24 horas por dia, sem que ele saiba. Todos os personagens da
história estão envolvidos em representar, menos Truman que é o único que vive
uma vida real em meio à ficção, sem saber que mora em um grande set de
filmagem, em que todos representam, tanto seus pais, como sua mulher e seu
amigo. O set é uma grande ilha onde a única saída é pelo mar. Os sonhos de
Truman de sair dali e de seguir seus sonhos são cerceados por traumas causados propositalmente
para que ele tenha medo de enfrentar o mar e buscar outros horizontes.
Vai
seguindo a rotina de sua vida sem se esquecer da mulher que conheceu quando
jovem. A única que quis abrir seus olhos, mostrando que ele vivia uma grande
ilusão, mas que foi impedida pela produção do programa. A vida era muito maior
do que ele podia perceber.
Talvez
seja essa questão implícita no filme, sobre que a vida pode ser muito maior do
que pode ser quando ficamos passivos diante do que nos mostra a televisão,
vivendo realidades ilusórias, um modo de fugirmos da nossa própria realidade. Torcendo
por finais felizes e não se apercebendo que a nossa realidade possa não estar tão
feliz assim e não termos chance de alterá-la.
O
filme também mostra até que ponto vai o senso ético e moral do diretor do
programa para se ter ibope. Manipular a vida, os sonhos de alguém para se ter o
melhor reality já visto. Mas até que ponto também nós, como telespectadores,
não somos manipulados em nome da repercussão de programas de TV? Até que ponto
nós nos deixamos levar por essa ilusão?
“A Praça
é Nossa” é um programa dirigido ao público adulto que é exibido pelo SBT as
quintas-feiras à noite e está no ar há muitos anos. O programa tem a frente Carlos Alberto de Nóbrega, lugar antes
ocupado por seu pai, Manoel de Nóbrega, na primeira versão do programa.
Através
de vários personagens que sentam no banco da praça para conversar com Carlos
Alberto de Nóbrega, são abordados vários temas como a ingenuidade e esperteza
infantil, com a personagem Nina, sátiras de celebridades, com Porpetone,
críticas da política nacional, com o Deputado João Plenário, pobreza e riqueza,
com Bill e Gates, entre outros. Seus vários bordões como “nada a ver”, “não é
da sua conta”, “ainda bem que a gente é pobre”, acabam contagiando e fazendo
parte do cotidiano das pessoas.
Pela
diversidade de personagens também há uma diversidade de caracterizações, não
havendo padrões. Há crianças, velhos, gordos, baixos...no entanto, quando se
trata de personagens secundários, contracenam com alguns personagens, moças
bonitas, de roupa curta e decotada, simbolizando o padrão de beleza que atrai
os homens, dando uma conotação sexual.
Há também
piadas de alguns personagens que depreciam suas esposas fictícias, embora elas
não existam como personagens reais, mas deixando explícito o desmerecimento
atribuído a essas mulheres. Em contraponto com as piadas depreciativas, sempre
há ponderações e o bom senso de Carlos Alberto, que contorna sempre com
conotações positivas.
Creio que
toda informação, o que vemos, ouvimos e sentimos, mesmo na linguagem do humor,
pode influenciar em algum aspecto o nosso modo de pensar ou de nos posicionarmos em determinados assuntos.
Sempre há conceitos implícitos, que não são assimilados conscientemente, mas
que ficam gravados em nosso inconsciente, podendo pesar em nossos
posicionamentos e escolhas.
O filme “O Quarto Poder”, do diretor Costa Gravas, tem como tema central
a manipulação de informações pela mídia e como estas influenciam diretamente a
opinião e comportamento das pessoas. Essas informações distorcidas podem mudar seus objetivos conforme
a melhor maneira de se alavancar a audiência.
O filme coloca um repórter astuto frente a um seqüestrador confuso e sem
intenções de fazer mal que, sem querer, no intuito de reaver o seu emprego de
segurança de um museu, acaba seqüestrando a diretora do museu, uma professora e
seus alunos.
Diante de um furo de reportagem, Max, o repórter, convence Sam, o
seqüestrador, sobre a forma de conduzir o seqüestro, que é fazer a melhor
imagem do seqüestrador perante a opinião pública.
A mídia exerce uma forte influência perante a formação de opinião
pública, sendo chamada de “o quarto poder”. Conforme vão sendo manipuladas as
informações cresce e decresce a simpatia por Sam, criando uma grande
mobilização popular em frente ao museu. As opiniões vão sendo formadas de um
lado pelas reportagens de Max e por outro lado das demais emissoras de tv
concorrentes.
Assim se desenrola a história, com depoimentos forjados e verdades
adulteradas, onde quem manda não é a ética e a boa conduta, mas os interesses
embutidos e o que gera ibope. Isso leva o telespectador do filme a pensar mais
criticamente sobre o papel da mídia e como ela influencia suas opiniões sem que
perceba, pois não é detentor da verdade.
Pode-se traçar um paralelo desse
filme com o documentário “Muito Além do Cidadão Kane” do diretor Simon Hartog, onde é mostrado através de depoimentos de celebridades e políticos a
formação do império da Globo na pessoa de Roberto Marinho.
Enfoca o envolvimento da emissora com a política, a ditadura, a manipulação
de informações em seus telejornais. O documentário também se refere a
veiculação de propagandas que oferecem produtos além do que o público
brasileiro, em sua grande maioria, consegue comprar, exemplificando isso com
depoimentos de pessoas que vivem a dura realidade brasileira.
A mídia tem o papel de informar, veicular, vender. Depende de
investimentos de propaganda em suas programações para sobreviver, investimentos
esses que são gerados pelo ibope. Quanto maior a audiência maiores as chances
de se lucrar mais. Com isso, muitas vezes se deixa a ética de lado e se usa de
subterfúgios para alavancar o programa.
Tão danoso quanto ter acesso a conteúdos ruins, é não ter acesso a
nenhum tipo de informação. Isso também aliena. Ter um olhar crítico e não
sermos passivos frente ao que nos é ofertado pelas diferentes mídias é como
usar uma peneira para podermos usufruir somente o que pode nos acrescentar
algo, seja informação, seja entretenimento, seja cultura, seja produtos e
serviços, com qualidade e o respeito que merecemos.